A época da colheita estava acabando, e o povo costumava celebrar fazendo uma festa.

    Noemi, como já era idosa, queria muito que a sua nora estivesse bem encaminhada na vida outra vez.

    "Rute, hoje à noite haverá uma festa para comemorar a colheita de Boaz, meu parente. Vá se arrumar, coloque um belo vestido, vá até lá e não deixe que ele a veja até que ele acabe de comer e beber. Quando Boaz se deitar, você irá até o lugar onde ele está deitado e dormirá aos pés dele, como sinal de quem pede proteção."

    Naqueles tempos, era costume a mulher viúva pedir proteção a um parente homem.

    Rute respondeu: "Vou fazer tudo como você está dizendo, Noemi!"

    Rute foi à festa e fez tudo exatamente como a sua sogra tinha dito. De mansinho, à noite, deitou-se aos pés de Boaz.

    Quando Boaz acordou, perto da meia-noite, viu a mulher dormindo ali em um cantinho e perguntou preocupado: "Ei, acorde! Quem é você?"

    Rute imediatamente respondeu: "Sou Rute, sua serva. Eu gostaria que você me protegesse com a sua capa!"

    Boaz sabia o que aquelas palavras significavam, conforme a tradição. Entendeu que deveria proteger sua vida.

    Boaz pensou em se casar com Rute. E até gostou da idéia!

    "Você é realmente uma mulher do Senhor, e eu quero muito me casar com você. Você mostrou que é uma mulher de valor. Não foi à procura de homem rico nesta cidade. Quero que você seja a minha esposa e que todos do meu povo saibam que você é uma mulher virtuosa!", disse Boaz, muito feliz.

    E assim casaram-se Rute e Boaz, e tiveram um menino.

    Noemi ajudou a criar o filho de Rute e Boaz que se chamou Obede.

    Muitos e muitos anos depois, nasceu um bisneto de Rute e Boaz. Deram-lhe o nome de Davi.